Sete a um. Calma, não vamos falar da inesquecível derrota do Brasil para a Alemanha, na Copa de 2014. Depois de ler o Espiral, esse placar será ressignificado. Afinal, sete a um poderia muito bem ser ainda título de um western, de preferência estrelado por Clint Eastwood, em que um grupo de sete heróis faz justiça contra um famigerado vilão. Ficção à parte, o que a realidade nos mostra são sete histórias de atletas ou grupos de adeptos de modalidades esportivas reunidos em torno de um único objetivo: a esperança.
 

É ela quem faz, todos os dias, esses esportistas encararem novos desafios, sejam eles o de superação da própria performance ou aqueles outros que perseguem muitos atletas no Brasil: falta de patrocínio, de lugar para treinos, de viajar para as competições, etc... Aos golpes da vida, muitos deles revidam com títulos, vitórias e mais determinação. E seguem perseguindo realizações maiores: uma Olímpiada, um Mundial, um bi, tri quem sabe tetracampeonato. 
 

Sete a um é, portanto, um apanhado de sete micro histórias narradas em texto, fotos e vídeos de atletas cearenses dedicados à prática de esportes e ao engajamento em grupos que figuram no “underground“ da cobertura esportiva local ou mesmo nacional. 

Mas é também a narrativa jornalística de três alunos e de uma professora de laboratório multimídia de uma universidade federal em meio à falta de estrutura técnica. Contagiados pelo espírito otimista dos protagonistas desse especial, Lucas Bernardo Reis, Letícia Almeida, Meillyne Gomes e a colaboradora Maggie Paiva (que nem aluna da disciplina era) foram em busca até mesmo de equipamentos emprestados para fazer dar certo essa segunda edição do site Espiral.

Com uma câmera Go Pro na mão e um turbilhão de ideias na cabeça, eles registraram o treino dos jogadores de Ruby; depois deram um bom mergulho nos relatos das ondas dos sonhos de Rubênia Alves e sentiram ainda o ardor da areia quente e da falta de incentivo do Handbol de Nailson  Amaral, também fizeram muitos pontos com os jogadores do basquete cearense, e foram pra disputa de bola no futsal feminino, sem esquecer que deram ainda aquele passeio radical com a galera do skate. 

Tendo como objetivo uma linha editorial clara: fugir da abordagem, das modalidades e dos nomes de esportistas com lugar cativo na grande mídia, os estudantes investiram suas forças em uma cobertura jornalística honesta, sem arroubos tecnológicos, no entanto, com muita sensibilidade. E foram felizes, ou digamos, vitoriosos, pois conseguiram levar ao ar sete pautas realizadas durante o semestre 2015.1 e finalizadas somente em 2016.1, por conta dos percalços que só os resilientes, sejam eles jornalistas ou esportistas, conseguem transpor. 

Convidamos, você, leitor, a conferir esse trabalho e perceber que, no placar da realidade, todos nós marcamos pontos e podemos, sim, depois de algumas fases, chegar ao pódio.

Naiana Rodrigues.